:: verba volant, scripta manent ::

Um blog com conteúdos úteis [ou não] de um gajo que aprendeu a ler na semana passada

quinta-feira, março 02, 2006

Amor caecus #1

«A rapariga loura reparou naturalmente em Macário, mas naturalmente desceu a vidraça correndo por trás uma cortina de cassa bordada. Estas pequenas cortinas datam de Goethe e elas têm na vida amorosa um interessante destino: revelam. Levantar-lhe uma ponta e espreitar, franzi-la suavemente, revela um fim; corrê-la, pregar nela uma flor, agitá-la fazendo sentir que por trás um rosto atento se move e espera – são velhas maneiras com que na realidade e na arte começa o romance.»

in "Singularidades de uma rapariga loura", de Eça de Queirós