:: verba volant, scripta manent ::

Um blog com conteúdos úteis [ou não] de um gajo que aprendeu a ler na semana passada

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Sic transit gloria mundi #3

«Devemos ter muito cuidado para não emitir uma opinião demasiado favorável de um homem que acabamos de conhecer; pelo contrário, na maioria das vezes, seremos desiludidos, para nossa própria vergonha ou até para nosso dano. A esse respeito, uma sentença de Séneca merece ser mencionada: podem-se obter provas da natureza de um carácter também a partir de miudezas. Justamente nestas é que o homem, quando não se procura conter, é que revela o seu carácter. Nas acções mais insignificantes, em simples maneiras, pode-se amiúde observar o seu egoísmo ilimitado, sem a menor consideração para com os outros e que, em seguida, embora dissimulado, não se desmente nas grandes coisas.
Não se deve perder semelhante oportunidade. Quando alguém procede sem consideração nos pequenos acontecimentos e circunstâncias da vida diária, intentando obter vantagens ou comodidade, em prejuízo de outrem, nas coisas em que se aplica a máxima de a lei não se ocupa com ninharias, ou ainda apropriando-se do que existe para todos, etc., podemos convencer-nos de que no coração de tal indivíduo não reside justiça alguma; ele será um patife também nas grandes situações, caso as suas mãos não sejam atadas pela lei e pela autoridade. Não lhe permitamos, pois, que transponha a soleira da nossa porta. Sim, quem viola sem escrúpulos as leis do seu clube, violará também as do Estado tão logo possa fazê-lo sem perigo.»

in "Aforismos para a Sabedoria de Vida", de Arthur Schopenhauer

domingo, fevereiro 26, 2006

Oculos habent et non videbunt #1


Alberto Giacometti
Paris sans fin, Paris : Tériade, 1969, pl. 93

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Sic transit gloria mundi #2

Após quase um século, as palavras de Almada Negreiros continuam a mostrar-nos que a sociedade em que vivemos permanece afectada pelos vícios e fatalidades tradicionais da portugalidade. A nossa evolução continuará ferida de morte enquanto os Dantas desta nossa sociedade prevalecerem.
«Não é preciso ir p'ró Rossio p'ra se ser um pantomineiro, basta ser-se pantomineiro! Não é preciso disfarçar-se p'ra se ser salteador, basta escrever como Dantas! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar co'as modas, co'as políticas e co'as opiniões! Bastar usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado e usar côco e olhos meigos! Basta ser Judas! Basta ser Dantas.»
in "Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso", por José de Almada-Negreiros, Poeta D'Orpheu, Futurista e Tudo

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Sic transit gloria mundi #1

Portugal?
«Por toda a parte onde a propriedade constitui direito individual, e onde todas as coisas se avaliam por dinheiro, nunca poderá organizar-se a justiça e a prosperidade social, a menos que chameis justa a sociedade na qual o que há de melhor é pertença dos piores, a menos que considereis feliz aquele estado em que a fortuna pública é presa de um punhado de indivíduos insaciáveis enquanto a massa é devorada pela miséria.»
in "A Utopia", de Tomás Morus

Trovadores da nação #1

A República da Utopia gostaria de começar por divulgar dez músicas que ajudam esta nação a relaxar. São músicas numa linha musical passível de ser considerada triphop / downtempo, ideais para aqueles dias em que o mundo poderia ser melhor.
Sem qualquer ordem especial de preferência:

▪ 1 UIK-Project - 1-uik(ed) [featuringMelo D]
▪ Aigui & Ensemble 4'33 - Les Robots Favoris De Louis XIV
▪ Angelique Kidjo - Summertime
▪ Dj Cam Feat. Anggun - Summer In Paris
▪ Madredeus - Oxalà [Telepopmusik Mix]
▪ Funki Porcini - Sleepy
▪ Madredeus - Anseio (Fuga Apressada) [Anseio 2 Craig Armstrong Remix]
▪ Transglobal Underground - i voyager
▪ Boards Of Canada - Mukinabaht
▪ Mr. Scruff - Jazz Potato

Implantação da República

Pretende-se que este seja um espaço que sirva de repositório dos mais variados temas, sem qualquer especial enfoque. Nada prometo a não ser que tentarei que este espaço se torne efectivamente uma república utópica, onde valores que deveriam ser realmente caros e importantes a todo e qualquer ser humano, sejam efectivamente veiculados. Muito obrigado.